quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Hoje queria ser um poema!

Hoje queria ser um poema!
Não um poema certinho, com rimas óbvias, métricas alinhadas, respeitando todas as regras;
Não uma cópia dos famosos, numa tentativa barata de ser uma sombra de um fogo já descoberto, de uma vida já vivida, de uma ideia já gasta!

Hoje queria ser um poema!

Um daqueles desalinhados, corajosos, sem fraqueza evidente, virtuosamente sorridente!
Um dos que faz pensar apenas quem se dá a esse prazer!
Um dos que fazem desistir ao primeiro olhar os que apenas olham sem ver!
Um dos que faz tremer a Terra, com ideias novas e rasgos de loucura lúcida!
Um dos que sonha sem acordar e vive sem dormir!
Não um qualquer, mas um grande inteiro, sóbrio e imponente!

Hoje queria ser um poema!

Daqueles que rimam com os sentimentos e vibram com as palavras!
Daqueles que sonham com o luar e choram com a chuva...
Daqueles que têm medo com o nevoeiro e certezas com as tempestades!
Daqueles que renascem com os primeiros raios, e sofrem com o por do sol.

Hoje queria ser um poema...

E em cada letra ter um pouco de mim, numa dádiva completa, única!
E em cada palavra ser um pouco eu, numa entrega livre, comprometida!
E em cada rima estar todo, sem me perder do que se perdeu!

E nesse poema ser tudo, sem deixar que nada fosse meu!

E esse poema seria, sem ser, apenas eu!

JCF