sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SONHO CORRIDO

Passa o tempo
Passa a vida,
Passa o sonho
Devagar…

Passo as horas,
Os momentos…
Passo os dias a sonhar.

Sonho e sigo,
encantado.
Vivo o sonho a voar!

E sem medo,
Sem fraquejo…
Sigo a recomeçar…

E o caminho serpenteia,
Por lugares desconhecidos
E o olhar vive e vagueia,
Por sonhos nunca esquecidos.
E amanha, mais do que hoje,
Num futuro bem presente…
Os passos são de areia
E o sonho nunca mente!

Porque a gota do orvalho
O raio do amanhecer…

O ponteiro do relógio…
O sorriso a renascer.
São a vida, a’legria…
O eterno, visto agora!

São o Sol, a magia,
O pulsar da minha aurora.

JCF

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Dear...

Olhaste-me sem medo,

Sorriste confiante e deixaste-me entrar!
Entrei…
Sorri e sonhei,
Sonhei com sonhos que nunca mais terei…

Estavas tão presente, tão lá, tão real…
Estavas em cada segundo, em cada passo,
Em cada olhar cúmplice de quem vive a correr,
E ainda assim saboreia cada fôlego com a leveza serena da paz que nunca vislumbrei.
Foste tu,
Pura e simplesmente tu!

E eu amei essa pureza de quem vive, sem apenas existir,
De quem ama, sem saber apenas gostar,
De quem sabe para onde vai e define o seu caminho!
E porque sabe, ama e vive.
Vive cada segundo como se fosse o ultimo, transformando-o, repetidamente, no primeiro.

És tu, como poucos são capazes de te ver…
Mas não vejo outra para além desta, para além de ti!

Guardo-te assim, como és,
Guardo-te, porque és assim…
E serás sempre minha! Esta! A minha!

E um dia, quando o futuro quiser,
Viverás a plenitude do que representas para mim.
Sentirás para além do que vês.

Porque os sonhos também vivem...
Porque os olhos também sonham…
E o sonho que sinto viver esfumou-se na realidade da vida!
Mas a vida que sonho, sem sonhar vivê-la é nossa e não morrerá jamais!

JCF

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

No Mundo da Lua...

Viajava olhando o céu,
Fitando estrelas sem fim
Sentia a brisa no ar,
E um Mundo inteiro para mim.

Não era um mundo qualquer,
Não era um mundo banal,
Era o teu Mundo privado,
O Teu lugar especial!



E eu entrei sem bater,
Sem sequer pedir licença,
Querendo ouvir, sem esperar,
”Adoro a tua presença”.



E a noite transformou-se,
Qual eclipse lunar
A lua daquele mundo,
Inteira, bela, intensa…
Beijando por entre a luz ténue,
Num feitiço de encantar,
Fez o Sol, tímido, esconder-se,
Por trás da sua beleza,
Fitando aquele sorriso,
E o olhar de firmeza.


Porque a Lua é ela mesma,
Não tem princípio nem fim,
Tem quarto Minguante e Crescente…
Mas estava cheia p’ra mim…


JCF

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ser o tempo a passar...

Podia passar pela vida,
Sem bravura, sem paixão!
Ou deixar que apenas fosse ela...
Passando por mim, sem perdão!

Mas o que seria da vida
Se ela não se deixasse viver?
Quantos esqueletos acordam,
que mais não fazem que morrer!

Não é este o meu desígnio.
Não foi para isto que vim!
Não quero ser erva daninha, quando posso ser jasmim!

A loucura com que vivo cada segundo a ferver...
é a mesma com que morrerei... Feliz, por nada perder!

E não há outro caminho
Que nos faça lá chegar....
Ou vivemos sem reserva...
Ou apenas seremos o tempo a passar.

JCF

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Inquieta quietude...

Vivi a vida num fôlego,
Agarrei o mundo num abraço…
Sonhei todos os sonhos numa noite.
Mas fiquei apenas com um pedaço!
Estranha a vida que nos damos, sem nunca parar, pensar, questionar.
Somos engolidos pelos dias, pelas horas, pelos projectos sem fim.
Vivo várias vidas na minha, e ainda assim, nenhuma delas me completa.
Sou tudo quando não sou nada…
Perdido na multidão, encontro-me quando me olho, sozinho, eu próprio apenas.

Sem máscaras, sem filmes, sem sorrisos fotográficos de ocasião ou simpatia barata por altura dos saldos da vida pública.

Recuso-me a parar para não ter que pensar… A dor consciente é penosa. Não que a consciência obrique, mas porque a lucidez exige ação e mudança quando tudo o resto quer apenas paz.
E à medida que a velocidade, estupidamente auto-imposta, aumenta, sigo num caminho suicida, sem sequer olhar o retrovisor da vida, passando vermelhos sem fim e, não raras vezes, com travagens bruscas, perigosas, e que marcam indelevelmente a minha estrada com cicatrizes profundas, dolorosas…

Essas contam o que sou, mais do que tudo o resto. São muitas, todas diferentes… Cada uma conta, com a sua própria teimosia, a história de uma teimosia que é minha, que teima e ser apenas minha.

E neste universo tão meu… que poucos conhecem e quase ninguém percebe…
Tento, a cada dia, ser eu… mesmo não sabendo bem o que sou.


JCF