sexta-feira, 6 de julho de 2012

Tudo, nada, ou apenas talvez...


 Sinto-me longe
Distante de mim
Para lá de algo que fui
Mas que não sou mais.

Quero-me aqui
Comigo
Em mim
De volta!

Quero ser mais
Sonhar mais
Sentir mais
Querer mais...

E no final de tudo,

Ser outro
Diferente
Novo
Renascido!

Quero ter-me em mim sem ser eu
Voar num mundo que é o meu
Mas sentir-me de novo emigrante do meu destino.

Sozinho entre todos
Acompanhado comigo
Ou apenas eu em mim.

Enfim....

JCF

quarta-feira, 4 de julho de 2012

São espelhos que partem no rosto...


Pingas em cadências seguras
Contando um tempo sem paz
Escorres em clamor, murmuras
Sofrida e triste, num sorriso fugaz

Percorres um destino, patética
Seguindo um caminho de memorias
Segues sozinha e sem gestos, frenética
Em pares que partilham glórias.

E assim transbordas sem licença
O que a alma não suporta já mais
Podias apenas passar sem presença
ou deixar-te ficar, escondida
ou morrer lá sozinha, perdida
ou até não teres sido, oh bandida!
Mas insistes, corajosa, na denuncia
Do que em mim, sem dó, estilhaça
E gritas num silencio atroz
O que o teu mundo quer por justiça.

Não há dor mais sublime e feroz
Nem aperto mais forte, mais solto
Do que aquela que se sente sem voz
Sem fim ou sem principio atroz
Sem controlo ou sem mar revolto

Mas é esta que liberta e dá vida
Que mata e faz nascer a esperança
E coloca de novo na partida
Uma história que se sonha e se alcança!

JCF

quinta-feira, 21 de junho de 2012

FINALMENTE...


FINALMENTE...

FINALMENTE!!!!!
Hoje senti-o!
Finalmente percebi que existia algo
Entre mim e aquilo que penso
Entre um corpo que toco e uma mente que não conheço


FINALMENTE!!!
Hoje sei que existe!
Finalmente consegui perceber a sua existência
Por uma dor que tolhe
Mas que alegremente me mostra que há algo para alem deste que vejo.

FINALMENTE!!!
Acho que finalmente descobri que tenho cérebro...
Porque me dói...
Nunca antes tinha dado por ele...

JCF

quarta-feira, 20 de junho de 2012

mirror

Hoje vi-me num charco de água
Daqueles em que está castanha e lamacenta,
mas ainda assim espelha a imagem que aparece...
carrancuda e cinzenta.

Não que o charco tenha culpa, porque não tem,
mas porque raio espelha ele tal figura?

JCF

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Há dias em que me sinto para além de mim próprio...

E não deixa de ser uma estranha sensação de 
quase neurótica felicidade entristecida... 

Como se a distância entre o nada e o tudo 
fosse de apenas uma brisa!...


JCF

quarta-feira, 13 de junho de 2012


Espelho de reflexos estranhos...


Conto os dias que passam em horas
E que o tempo não quer desfazer
Os minutos que juntos demoram
Um eterno que, enfim, quis viver.

Conto-os em sorrisos brilhantes
Em histórias, abraços e vida!
Conto-os em amigos presentes,
Em paixão, e alegria sentida.

Porque o tempo que passa, imparável
E que nada consegue deter
É mais do que a simples viragem
De um toque mecânico a bater.


E vivo cada raio de luz
E toco cada gota de orvalho
E sonho cada pedaço de nuvem
E sinto cada rocha escalada
Porque existo entre o tudo... e o nada
Porque sou todos, mas também sou ninguém
Porque conheço-me e ainda assim me estranho
Porque odeio o que também me seduz...

Mas esta é a magia de ser, sem sonhar apenas ter tido...
Vale mais um sorriso real, que um delírio inteiro perdido!


JCF