segunda-feira, 14 de novembro de 2016




A varinha de TI!

És a varinha que acontece em ti,
Da magia que dás ao que és....
E controlas o truque da vida,
Num mundo que se abre a teus pés.

Porque é de ti que depende o teu ser,
E contigo que começa essa Luz...
E em ti que repousa a energia
Que te cria, te constrói e conduz.

Faz!
Realiza o teu eu.
Dá ao mundo o bem que cresceu.
Segue em ti, sê em paz,
E feliz continua, audaz.

Na varinha que segue em ti.
Na magia que dás ao que és.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016



~...~

Sigo-te os passos do tempo
Num tempo sem passos p’ra dar;
Sustendo no ar os ponteiros
De um fôlego que teima em sangrar.

E a vida que daí escorre morta
Num suspiro sem fim que te rouba,
Solta-se num norte sem porta,
Sem caminho, sem rota, sem sorte,
Passo a passo no sentido da morte
E da luz que já foi, mas que brilha.
E, assim, se gasta o tempo
No tempo que te consome a ti
Sem tempo de saberes se és tu
Ou se é a vida que te passa

E sorri.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014



É quando nos esforçamos por perceber  que compreendemos que não somos capazes, não está ao nosso alcance.
E quanto mais incessante é a busca, penoso o caminho, estridente a dúvida, mais convicta é a certeza que sobram interrogações…
É assim, e não me perguntem porquê. Essa é uma das inquietações do processo.

Na verdade somos mais o que resta do que não escolhemos do que o que resulta das nossas decisões.
Somos sobretudo o que a vida escolheu para nós, e pouco do que escolhemos para a vida!
As sobras do mundo, e da vida, levam-nos para caminhos que, no fundo, nos parecem as rotas que preferimos, sem nunca admitirmos que este campo onde jogamos não é nosso…
E é no aventuroso caminho do descobrimento que testamos os nossos limites… na noção plena, ou não, que o limite maior somos nós próprios.
Podia ser diferente, mais leve, mais aveludado, mais saboroso.
E é quando deixamos que a vida viva por nós, sem sequer questionar… que tudo se simplifica, estupidamente!
Mas se mergulhamos na profundidade de nós, do mundo e do sentido… Então, então sobram fantasmas, escuro e infinito… Falta sentido, sentidos e paz.

E talvez seja essa a nossa maior aventura…

terça-feira, 1 de abril de 2014

Cansa-me...


Cansa-me
Cansa-me a vida como se da morte se tratasse.
Cansa-me que me canse sem que com isso se canse o cansaço.
E mesmo assim, não ter do que me cansar mesmo quando eu próprio me sinto sem sentir…

Cansa-me
Cansa-me o cinzento de quem não vê mais do que os olhos alcançam.
Cansa-me que a cegueira seja cansaço, sem que se canse a visão.
E mesmo assim, cansam-me os olhos que não sonham mesmo que vejam…

Cansa-me
Cansa-me o amor que não ama nem destrói, não corrói e não constrói.
E mesmo assim, se diz amor sem pensar que amar não é só nome, nem só estado, nem nada que de si diz ser tudo!

Cansa-me.
E cansado vivo para que cansado morra.
E cansado sou para que feliz me tenha.
E cansado quero para que inteiro seja.

Porque maior que o cansaço é a força de nunca ter sido…

quinta-feira, 1 de agosto de 2013


tudo que é nada, ou pouco menos.

Ondulas por entre linhas que são retas
De certezas que um dia alguém sonhou.
E contas outras tantas e discretas
Fortes, a rebate, e patetas,
Dores de um futuro que passou.

Serpenteias por um chão frio e cinzento
Doente de um gelado raciocínio.
E esqueces ser feliz pelo momento
Numeral, decimal, quadradento
Passando por ti já sem fascínio. 

Mas a vida que sonhas e suspiras 
É uma só, e toda ela em ti mesma
É a tua, és tu, esses destinos
A cada um dos mundos que viajas
À dor, que fugindo, recuperas
A tudo, que é nada, ou pouco menos.

Vive no fôlego do amor
Esse que te tira a lucidez
E te dá louca luz sangue e calor,
Vida, batida e fulgor
Num infantil sorriso...
Outra vez!

Para que nada seja tudo, ou pouco mais.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Tudo, nada, ou apenas talvez...


 Sinto-me longe
Distante de mim
Para lá de algo que fui
Mas que não sou mais.

Quero-me aqui
Comigo
Em mim
De volta!

Quero ser mais
Sonhar mais
Sentir mais
Querer mais...

E no final de tudo,

Ser outro
Diferente
Novo
Renascido!

Quero ter-me em mim sem ser eu
Voar num mundo que é o meu
Mas sentir-me de novo emigrante do meu destino.

Sozinho entre todos
Acompanhado comigo
Ou apenas eu em mim.

Enfim....

JCF

quarta-feira, 4 de julho de 2012

São espelhos que partem no rosto...


Pingas em cadências seguras
Contando um tempo sem paz
Escorres em clamor, murmuras
Sofrida e triste, num sorriso fugaz

Percorres um destino, patética
Seguindo um caminho de memorias
Segues sozinha e sem gestos, frenética
Em pares que partilham glórias.

E assim transbordas sem licença
O que a alma não suporta já mais
Podias apenas passar sem presença
ou deixar-te ficar, escondida
ou morrer lá sozinha, perdida
ou até não teres sido, oh bandida!
Mas insistes, corajosa, na denuncia
Do que em mim, sem dó, estilhaça
E gritas num silencio atroz
O que o teu mundo quer por justiça.

Não há dor mais sublime e feroz
Nem aperto mais forte, mais solto
Do que aquela que se sente sem voz
Sem fim ou sem principio atroz
Sem controlo ou sem mar revolto

Mas é esta que liberta e dá vida
Que mata e faz nascer a esperança
E coloca de novo na partida
Uma história que se sonha e se alcança!

JCF