segunda-feira, 29 de agosto de 2016



~...~

Sigo-te os passos do tempo
Num tempo sem passos p’ra dar;
Sustendo no ar os ponteiros
De um fôlego que teima em sangrar.

E a vida que daí escorre morta
Num suspiro sem fim que te rouba,
Solta-se num norte sem porta,
Sem caminho, sem rota, sem sorte,
Passo a passo no sentido da morte
E da luz que já foi, mas que brilha.
E, assim, se gasta o tempo
No tempo que te consome a ti
Sem tempo de saberes se és tu
Ou se é a vida que te passa

E sorri.